terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aos Professores



15 de Outubro, dia do professor.

Várias cidades do país fervem com manifestações da categoria. Pedem melhores salários e planos de carreira.

E ninguém pode discordar, deveriam ser profissionais regiamente pagos já que são eles que formam todos os outros profissionais.

Estamos em um momento péssimo quando se fala em educação. A desinformação e a ignorância reinam no país de norte a sul em todos os níveis escolaridade.

Se não fossem iniciativas isoladas seria pior ainda.

Isso é fruto de anos de descaso dos governos, de silêncio da população, do surgimento de escolas e universidades de qualidade duvidosa e também de confusões geradas por uma miscelânea de teorias e filosofias adotadas (e abandonadas) em outros países e que estão a anos luz  de nossa realidade.

Valorização tem que estar ligada a evolução da qualidade.

Mas hoje (e sempre), são eles que tem que botar a boca no trombone.

Para mim, sempre é um dia de boas lembranças. Lembranças carinhosas pelos professores que tive durante toda a vida. Desde a do 1º ano, D. Bernadete até os da pós.

Hoje, amigos que estudaram comigo são professores. Tenho certeza de que são bons porque a semente de que vieram era muito especial.

As redes sociais nos permitem ter contato com alguns que fizeram parte de nossa formação, inclusive autores dos livros que lemos!

Por isso, ainda acho que podemos melhorar a educação no país. Trocando experiência, buscando mais e mais informação e influenciando jovens e seus pais sobre a importância disso para o futuro do país e das novas gerações.

E isso, só se faz com bons professores.

Parabéns a todos eles!  

domingo, 26 de maio de 2013

Tradição e e evolução




Minha neta estuda em um colégio católico tradicional na região, muito antigo, muitos alunos e bem caro. Só está lá por insistência do pai que também estudou nele e guarda excelentes lembranças.

Tenho que admitir que a base estrutural da educação de meus filhos e o conhecimento acima da média que eles tem são resultado do que receberam no ensino fundamental.

Mas já no tempo deles (há mais de 20 anos!), eu tinha uma restrição ao que via acontecendo ali. Em períodos de fechamento de notas, quando as crianças tinham que entregar trabalhos, via na porta da escola que a maioria dos pais discutiam as notas recebidas pelos filhos. Comparavam desempenho mostrando os trabalhos entregues de uns e outros. Em geral notas boas. Até aí, tudo certo.
.
O problema é que os trabalhos com maiores notas eram evidentemente feito por adultos!! E não era difícil confirmar isso. Facilmente os pais faziam comentários sobre quanto tempo precisaram para executar as tarefas....

Eu já me perguntava como os professores podiam aprovar isso?  Mas o faziam.

Aqueles alunos são os empresários, profissionais liberais e trabalhadores de hoje, inclusive professores. O que esperar deles?

Mais tarde, filhos de amigos que os tiveram mais tarde (cerca de 5, 7 anos de diferença) também estudaram lá e alguns até o final do ensino médio. A formação foi muito boa, mas seus pais também observavam as mesmas preocupações que eu. 

Acompanhando o desenvolvimento deles, percebia que bons alunos eram mais bem aceitos por lá e que os mais problemáticos acabavam, com mais dificuldades, sendo aprovados ao final .

Há dois anos uma amiga pediu indicação sobre o colégio. Eu disse que aprovava e contei da herança que deixaram aos meus filhos e aos de amigos.

A tal aluna foi matriculada. A menina vem de uma família de gente muito dedicada aos estudos, é tremendamente inteligente e esforçada. Estava nos últimos anos do fundamental. Suas notas eram todas máximas. Em pouquíssimo tempo (algo como 3 meses) passou a ser isolada pelos colegas, ridicularizada, enfim, o tal do bullying. Sugeri a mãe que procurasse a escola porque eles tomariam alguma providência. Ela foi, e para minha surpresa foi dito à ela que sua filha não se adaptara a escola!! A mãe, diante de tal falta de pulso, tirou-a do colégio, claro.

Espantada, comentei o fato com uma ex aluna que estudou na escola a vida inteira. Ela ainda não me explicou porque, mas a filha dela não foi matriculada lá...

Até aqui, podemos registrar dois erros graves:

1 - A escola que ao invés de estimular a responsabilidade dos alunos, fecha os olhos para interferências sem ética alguma dos pais.
2 - A escola que para não ter um trabalho danado, evita lidar com o bullying em relação a alunos acima da média, defendendo os menos interessados.

Agora, outro dia, vejo que minha neta ganhou fora de hora (não era aniversário, natal, etc) um desses jogos eletrônicos caros e sofisticados.

 Fiquei quieta, mas logo veio a explicação. No primeiro "dia de levar brinquedo", uma espécie de "casual day" infantil,  minha neta (6 anos) escolheu um livro de colorir com jogos do tipo forca, pontilhados.... no segundo, as bonecas favoritas, depois sei lá o que , mas sempre brinquedos, coisas de crianças.

 Só que a mãe dela percebeu que ela chegava em casa contando que os colegas levavam lap tops, video games e celulares (ela tem um mas não leva pra aula!) e por isso comprou o tal aparelhinho.



Eu não sei o que vocês acham disso.

Eu, sou a favor 100% da inclusão da tecnologia nas aulas, afinal, essas crianças já nasceram digitais e é inegável que esses instrumentos ampliam o mundo de qualquer um.

Porém, também sou 100% favorável à manutenção daquilo a que se chama infância!! Um tempo de interação, de socialização e aprendizado.

Pular das brincadeiras inocentes que nos ajudam a construir nossa realidade futura, para um mundo digital onde temas como violência, disputas acirradas, morte e renascimento instantâneos e sem consequências estão sempre presentes, pode fazer com que percamos totalmente o fio da meada de nossa sociedade...

E aí, registro aquele que chamo de erro número 3 - A escola sendo conduzida e não conduzindo.

Já combinamos que falaremos do fato na próxima reunião.

Afinal, escreveu e leu o pau comeu???

Aqui, prefiro a tradição no lugar da tal evolução.

quinta-feira, 7 de março de 2013

SOS Educação São Paulo

Dia desses li no Twitter uma notícia sobre as escolas de período integral em São Paulo que me deixou perplexa!

Segundo a notícia (que depois confirmei em várias publicações) os alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental dessas escolas não terão em seus currículos as disciplinas : Ciências, Geografia e História!


As 8 horas passadas na escola serão divididas entre 60% para o Português e 25% para Matemática, mais Educação Física e Artes.



O que se pretende com isso?

Tenho visto pela mídia discussões sobre a idade ideal para a alfabetização e algo como a diretriz de que ela deverá estar completa no 3º ano. Esta é outra história que sinceramente me incomoda tanto que não fui atrás de informações mais concretas.

O que aconteceu com as crianças que liam e escreviam ao final do 1º ano?

Vamos nos ater à primeira notícia tenebrosa.

Qual a razão deste reducionismo?

O que queremos para nosso país? Uma população apenas capaz de fazer contas e ler ou escrever textos?

E para que alguém quer ler e escrever se seus horizontes foram privados de tudo que o conhecimento em história e Geografia pode nos proporcionar?



Como podemos reclamar da pequena quantidade de cientistas em ação no país se privarmos nossas crianças de fazerem aquelas primeiras experiências em ciências físicas, químicas e biológicas que tanto as deixa felizes e curiosas? 





Sou de uma geração que lamenta a extinção de matérias como Educação Moral e Cívica (EMC), Organização Social e Política (OSPB) que ao menos nos atavam ao interesse pela vida cidadã. Lamentamos também a extinção do francês e do latim, tão úteis para uma melhor compreensão do português...

Mas vá lá! OSPB e EMC ficaram com cara de coisa da ditadura e aí muitos as rejeitam, o que é uma grande bobagem. Latim nem deve ter professores suficientes hoje em dia e a França perdeu para os yankees em importância por aqui lamentavelmente.

Mas daí a abandonar Ciências, História e Geografia? Não faz sentido nenhum.

As matérias não são excludentes. Estudar História é um excelente caminho para reforçar o Português. 

Estudar Geografia nos permitiu sempre saber em parte para que afinal servem a Matemática! 

Pensar que as crianças de hoje não seriam capazes de aprender a ler e escrever ao mesmo tempo que estudam as outras matérias é admitir que tem um déficit intelectual gravíssimo.

As crianças de escola pública em geral não tem em casa estímulo que abram seus horizontes para algo além do básico.Hoje, isto é tarefa da escola.

Limitá-las ao mínimo essencial é traçar para elas um futuro ainda mais medíocre.

Eu sinceramente não sei qual foi o caldeirão de erros que nos trouxe a este momento horroroso de nossa educação. Eu, particularmente acredito que uma das razões foi a adoção do construtivismo há algumas décadas. Essa teoria supõe o conhecimento auto construído em bases individuais. Isto pode ser muito bom quando se tem meia dúzia de crianças para ensinar, não um país inteiro!. O método foi abandonado há tempos na maioria dos países inclusive na própria França sua maior entusiasta.

Que saudade de Branca Alves de Lima!








E se os alunos de hoje não conseguem chegar ao final do 1º ano lendo e escrevendo e portanto precisam de um mergulho exclusivo em poucas matérias acho que algo está errado e não é com elas, é com os professores ou com os métodos educacionais adotados.

Por favor, não criem mais uma geração perdida.

Permitam que ela possa pensar de forma crítica e com conhecimento, para que possam reconstruir este país.

 Ou então, permitam a educação "in home", quem sabe alguns adotem crianças que precisem dela para ter acesso às maravilhas de um conhecimento amplo e produtivo?

Dá prá alguém fazer alguma coisa?! 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dica de Livro

Olá Pessoas,

Passando só pra indicar um livro: Gonzaguinha e Gonzagão de Regina Echeverria.

Quem gosta ou tem interesse na história da música, do rádio e do mercado fonográfico brasileiro vai adorar!

Até mais e boa leitura


domingo, 13 de janeiro de 2013

O Poder do Livro 1



Olá Pessoas.

Resolvi numerar os posts sobre o poder dos livros para o caso de conseguir dar sequencia a eles, considerando os vários estilos literários, mas não posso garantir nada
.
Acredito de verdade que os livros tem poder. E se alguem duvida, estão aí Bíblia o Alcorão, a Torá e tantas outras escrituras para confirmar minha tese.

Eles vem influenciando pessoas há séculos, levando as histórias e estórias do mundo  à diante no tempo e no espaço. Causam verdadeiras revoluções, guerras mesmo, apenas pelo que apresentam.


Aí, acompanho e participo de campanhas de incentivo à leitura. Vejo muita gente comentando que não se lê mais como antigamente e que o brasileiro não gosta de ler. As duas afirmações são parcialmente verdadeiras e tem seus motivos. Não se lê mais com tanta frequência porque o mundo anda muito rápido e exigente além de oferecer hoje outras alternativas para nos informarmos e nos distrairmos. No Brasil a questão é de falta de hábito misturada ao alto preço dos livros, o número de bibliotecas públicas menor do que o ideal e o mais triste: o impedimento causado pelo analfabetismo funcional. Mas isso é outra conversa.

Aqui vou falar sobre minha opinião sobre o Poder do Livro.

Espero que os educadores e afins, assim como os interessados em leitura se manifestem, opinem também e adorarei saber que meu texto "acordou" alguém para as possibilidades do uso desse poder que os livros tem na sua vida, especialmente como educador.  

Eu, particularmente não tenho estilos literários preferidos. Leio o que cai nas minhas mãos ou de acordo com meus interesses em cada época. Meu estado de humor também influencia muito na escolha.

Nos tempos de consultório "full time" na primeira entrevista uma de minhas perguntas era sobre o que a pessoa gostava de ler (livros, jornais, revistas) e isso já me dava um belo mapa de quem ela era.

Hoje, para começar, vou citar o Poder das Biografias.




Eu venho me interessando por elas cada vez mais.

Elas nos trazem informações sobre a vida de pessoas a quem admiramos, a quem odiamos, com quem discordamos ou não. Aprendemos sobre suas ideias, compreendemos seus motivos e podemos nos previnnir de situações a partir da experiência alheia.

Mas isso, todo mundo sabe.

O que acho importantíssimo frisar, é que as biografias, são um ótimo material de estudo não só sobre a vida da pessoa que descrevem mas também trazem um retrato especial, quase tangível da época em que ela viveu, suas origens, a sociedade e até a geografia (física, econômica, humana) em que sua vida foi inserida.

Aspectos econômicos e políticos de vários períodos podem ser melhor compreendidos através de uma biografia. Os hábitos e costumes de determinadas regiões, a cultura de um povo...

É muito importante que professores percebam que o uso dos livros pode auxilia-los muito no interesse de seus alunos em suas matérias.

Ainda nos tempos de consultório vivi experiências muito gratificantes na orientação de professores através do uso de livros aparentemente desfocados do tema em suas aulas. Sempre funciona!

Imaginem como seria estimulante sugerir aos alunos a leitura de biografias de gente que eles admiram e fazer dessa leitura um trabalho escolar trimestral, por exemplo.



A escolha das personagens biografadas pode ser sugerida mas não imposta. E claro, o professor precisará ler todos os livros escolhidos pelos alunos.. E sem reclamar oras! afinal, de professores devemos esperar um interesse em conhecimento perene!

A sugestão deve ser abrangente. E preferencialmente voltada para os interesses dos alunos em cada época.
Usando uma experiência pessoal com alunos de ensino médio (d periferia da periferia de Guarulhos), garanto que vocês vão se surpreender com os interesses da rapaziada!

Vi meninas interessadas em Lampião porque ouvia histórias contadas pelo avô a rapazes "apaixonados" por Marilyn Monroe. Cabe lembrar que não estou falando de rapazes com acesso fácil à cultura e nem de, como chamam isso hoje? coxinhas? no meu tempo eram Mauricinhos. Tô falando de rapazes que quando falaram em Marilyn nem sabiam o nome dela. Me disseram assim: "aquela loira gostosa com peito quase de fora q até cantou parabéns pra um presidente e que depois apagaram não sei porque. Maior preju!!, mulher gostosa devia viver pra sempre" . Né? Então.. cabe ao professor decifrar a coisa.




Querem duas indicações super interessantes e produtivas quando o assunto é conhecer a história dos locais e o contexto social onde se desenrolam as bios? Sugiro Tim Maia e Eric Clapton! O último além de tudo surpreende pela qualidade do texto.

Para os que tem dificuldade de leitura é mais difícil sim, mas se o biografado for de interesse do leitor seja lá por qual motivo, o poder do livro se manifesta.

Seus alunos ou filhos vão optar por Barbie (existe bio dela, ou história da marca) ou Justin Bieber? Tudo bem, na boa... Você poderá abrir milhões de discussões a partir da vida deles.

Assim, você estará abrindo mais um canal de informação e melhoria da educação sem conflitar com os novos tempos.

Experimente.

O Livro tem Poder!