terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Será o Benedito?

Olá Pessoas. Há quanto tempo!

Esse rapazinho aí em cima é o simpático Benedito, que faz parte do Projeto Da Consciência à Ação idealizado pela @marisacruz e no qual faço uma pequena participação.

Nas minhas andanças pela periferia de São Paulo trabalhando pelas Oficinas Culturais da Secretaria de Estado da Cultura ou pelo projeto do Benedito, tive a oportunidade de um contato consistente com crianças e jovens de escolas públicas. E isso me faz lembrar dos meus tempos de estudante.

Fiz o "primário", equivalente hoje às 5 primeiras séries do ensino fundamental em uma belíssima e excelente escola católica. Salas amplas arejadas e limpas, disciplina e bons modos valorizados e respeito a pais e professores tão obviamente esperados que nem era preciso "trabalhar" o assunto, ele fluía tão natural quanto nossa respiração.

Ao final das 4 primeiras série, já se sabia que as escolas públicas eram melhores, assim, meus pais me transferiram para uma grande escola perto de casa, como era de costume. Boas instalações, bons professores.




Nos 5 anos que se seguiram, as coisas começaram a mudar com certa rapidez e quando mudei de grau e de escola para cursar o "colegial" atual ensino médio, disciplina e respeito já não faziam tanto sucesso e isso incluía a derrocada das instalações das escolas.

Mas nada que se compare ao que vemos hoje em dia.
Contei essa história para que vocês entendam meus próximos comentários.

Pois bem, nas andanças de que falei acima, conheci vários CEUS (Centros Educacionais Unificados) da Prefeitura de São Paulo. Se quiserem conhecer mais sobre esses equipamentos públicos acessem o site

http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Anonimo/CEU/apresentacao.aspx?MenuID=159&MenuIDAberto=135

Não vou ficar discutindo aqui o pai da criança. Todos sabemos que esse modelo de escola começou no Rio de Janeiro com os chamados Brizolões (de Leonel Brizola) que pretendia aproximar nossas escolas dos modelos estrangeiros em que as crianças passam várias horas por dia aos cuidados das instituições.

Não sei o fim da história no Rio, ou como vão as coisas por lá.

Aqui, aos trancos e barrancos, a coisa tem andado.

O que me impressiona é pensar que qualquer um de nós, os com mais de 40 anos que estudaram lá atrás em escolas públicas ou privadas, adoraríamos ter estudado em escolas semelhantes aos CEUS de São Paulo.

Aquilo parece o céu mesmo! É tudo muito bonito e bem cuidado, há tudo o que se possa pensar em matéria de educação, esporte e cultura.

Os CEUS estão instalados em áreas bastante periféricas e muitos ficam dentro ou muito próximo a favelas atendendo um número enorme de famílias.

Imagino que para muitas delas seja um grande alívio ter onde deixar suas crianças enquanto trabalham.

Não acredito que o fato de um jovem passar muitas horas na escola tenha outra função alem de proporcionar à ele oportunidades de formação integral. Se não for assim, não faz sentido.

Agora, é claro que não é o resultado que vem sendo obtido. E não adianta discutir porque eu não vou mudar de opinião.

Não estou dizendo que este não é o objetivo dos envolvidos neste Projeto. É sim. Mas aí esbarra-se em todas aquelas questões de que falo sempre aqui, no  http://deamaliaazeppelin.blogspot.com ou em qualquer lugar onde o assunto surja.


Me impressiona que os responsáveis por essas instalações tenham problemas em fazer com que muitos alunos não ajam como vândalos destruindo os equipamentos.

Esses alunos e seus pais, precisam entender que neste país, quando se obtém algo bem feito, algo importante, deve-se mantê-lo, brigar por sua continuidade e por sua conservação.

Precisam entender que nada daquilo é "de graça". É público. Mas isso significa que é pago e em geral muitíssimo bem pago por eles mesmos através do pagamento de impostos.



Aí, fica a pergunta:

SERÁ O BENEDITO que ninguém vai dar um jeito nisso?