Não poderia deixar passar em branco o Dia do Professor aqui no Olá Classe, que afinal, foi criado para abrir mais um espaço para discutirmos e opinarmos sobre educação.
Quero dar os parabéns aos professores que por aqui passarem.
Vemos muitas notícias sobre reivindicações salariais, registros de classes incontroláveis e outras problemáticas da educação atual. Não que elas não sejam reais. Elas são, e todos sabemos disso.
Sabemos também que não são responsabilidade exclusiva dos professores e suas escolas, são fruto de anos de uma geração que se perdeu das normas, da ideia do equilíbrio entre direitos e deveres.
Mas não são esses aspectos da vida do professor que me fazem pensar hoje.
O Dia do Professor me traz lindas lembranças de mestres que tive durante a vida.
Teve a professora do 1º ano, doce, carinhosa mas extremamente exigente, D. Bernadete.
Aí veio D. Marlene, excelente mestra que além de suas obrigações pedagógicas nos apresentou lá nos longínquos 3º e 4 anos as dificuldades de lidar com preconceitos. Ela, branca, tinha um namorado negro!
Mais tarde, muitos outros marcaram suas presenças na minha vida. O "maluco" do professor de Artes, Sr Lourenço, que "vivia no mundo da lua", o de física, muito jovem e bonito que tinha dificuldades em nos fazer prestar atenção na matéria! O de história, Prof. Colbert, que além de nos passar o conteúdo de sua disciplina, nos falava da importância de conhecermos a história, inclusive a nossa própriaa. Ah claro! havia Madame Matilde, a de francês, que não admitia uma palavra de português em suas aulas.
Não sei se vocês notaram, mas me refiro à eles como Dona, Sr., Prof.... havia respeito à sua posição. Mas ele não era conquistado apenas pelo título, mas por suas atitudes, pelo seu conhecimento genuíno, por seu preparo e por seu real empenho em nos transmitir conhecimento ao mesmo tempo que valorizavam nossas conquistas e nos repreendiam por eventuais desleixos.
Esse respeito também nos era transmitido pelos nossos pais, que "vendiam" a imagem do professor, como alguém extremamente importante em nossas vidas.
Ou seja, a colaboração escola-família era espontânea, não vinha de decretos.
Depois vieram inesquecíveis mestres na faculdade e na pós graduação, esses porém, eram "menos distantes" de nós, afinal, éramos todos adultos, mas o respeito ainda estava lá, de ambas as partes.
Agradeço a todos eles, de coração.
Minha geração também guarda na lembrança aqueles que criavam caminhos para que nossos professores nos guiassem: os autores de livros didáticos usados por anos a fio, com pequenas alterações entre as edições. Isto hoje não acontece mais, parece que há outros interesses envolvidos além de um bom, firme e relevante conteúdo nos livros adotados.
Me lembro de muitos até hoje: Branca Alves de Lima e seus cartilha e livro "Caminho Suave", Celso Antunes em Geografia, Amabis Martho e Mizuguchi na Biologia, Henry Ey na psiquiatria e os incríveis Faraco e Moura na língua e literatura brasileiras.
Houve muita gente em nossa vida escolar, professores aos quais amamos ou odiamos pelo que nos faziam sentir. Pelas lutas que travávamos com nossas habilidades e dificuldades.
Com o passar dos anos, o que fica é a saudade, um amor genuíno por tudo que nos deram.
Aos professores de hoje, sugiro refletirem sobre a importância de seu papel.
Lecionar, não é uma atividade como outras tantas. È algo muito especial, cria os alicerces de vidas que por sua vez, constroem as nações!
Façam seu trabalho de uma maneira que daqui a 20, 30 anos, alguém escreva algo parecido com este texto, falando de vocês!
Desejo a todos os Professores um dia feliz e cheio de boas lembranças sobre os que lhe deram formação e sobre sua própria performance.
Parabéns!
http://www.youtube.com/watch?v=2U-nM8Tp78Q
Sinto uma imensa saudade das minhas professoras(es), até escrevi sobre isso há algum tempo. Todas foram importantes na minha formação, não apenas no que tange o conhecimento, mas também na forma como vejo as pessoas, suas qualidades e seus defeitos. A aprendizagem nem sempre é "agradável" mas todos os meus professores e professoras tiveram um coisa em comum, "educavam".
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